sexta-feira, 14 de junho de 2013

O DOMÍNIO DA IGREJA NA IDADE MÉDIA


No ano de 476 o Império Romano do Ocidente foi invadido pelas tribos bárbaras e destruído. Esse evento marca o início da Idade Média, e também uma época onde a Igreja Católica influenciaria e dominaria toda a sociedade européia.
 
 
Com o fim do Império Romano, a Igreja era a única instituição organizada nos novos reinos que estavam se formando na Europa Ocidental. Com os ensinamentos da Igreja, a nova civilização se preocupava muito com a religião e a salvação de suas almas. O trabalho dos monges junto aos povos bárbaros foi de grande importância não só espiritual, mas também culturalmente, pois muito dos costumes romanos foram incorporados por esses povos. A Igreja era a detentora do saber, os livros pertenciam ao clero e ficavam confinados nas bibliotecas das igrejas, com uso exclusivo de seus membros. O ensino era voltado principalmente as doutrinas da religião católica.
 
 
Mas o poder da Igreja não se limitava a religião. Por ser uma época onde predominava o feudalismo, onde a terra era o maior bem que se possuía, a Igreja era a detentora de grande parte das terras, que eram doadas por aqueles que queriam ser libertos da condenação divina, por isso, a Igreja sem dúvida era a instituição mais poderosa e respeitada na Idade Média. Seu poder se confundia com o poder dos reis, uma vez que ela tinha o domínio político, econômico e cultural. Mas a convivência desses nem sempre foi pacífica, os atritos eram frequentes.
 
 
Os reis respeitavam o poder da Igreja, e essa por sua vez, dependia deles para sua proteção. Os casos mais famosos são o do rei Henrique IV do Sacro Império Romano, que foi excomungado pelo Papa Gregório VII e passou três dias na neve suplicando ao Papa para anular a sentença. Também é conhecida a história do Rei Henrique VIII da Inglaterra, que após não ter tido autorização do Papa para se separar e casar novamente rompeu com a Igreja Católica e criou a Igreja Anglicana se auto proclamando a autoridade máxima da mesma.
 
 
Somente à Igreja cabia a interpretação das escrituras, e quem ousasse pensar de forma diferente, seria considerado herege e estava sujeito a várias punições, que incluíam torturas psicológicas, físicas e muitas vezes a morte, que era um alívio para essas pessoas castigadas. Mas, ainda que muitos dentro da Igreja tivessem boas intenções, a história dessa instituição está manchada de sangue. Ela que começou sendo perseguida, passava a ser perseguidora no auge de seu poder.
 
 
A Igreja foi responsável pelo início das Cruzadas em 1096. Foram nove cruzadas que deixaram como saldo milhares de mortos e um aumento de hostilidade entre cristãos e muçulmanos. No ano de 1184 o Papa Lucio III no Concílio de Verona, ordenou que os bispos realizassem inquisições para localizar os que eram considerados hereges. Os condenados seriam punidos com penas canônicas pela Igreja, e entregues as autoridades seculares. Esse foi o embrião da Inquisição, onde a Igreja mostrou sua intolerância e autoridade a custa de sangue inocente. Em 1233 o Papa Gregório IX estabelece formalmente o Tribunal da Inquisição.
 
 
As mulheres eram invariavelmente alvo de perseguições da Igreja, e muitas vezes por atitudes cotidianas. Por exemplo, se alguém estivesse doente, e uma mulher fizesse um chá de ervas para tratar dessa doença, ou se uma senhora fizesse um bolo e o leite coalhasse, eram sinais claros de "bruxaria". Para uma pessoa ser considerada herege não era necessário prova.

 

Uma acusação anônima bastava para que a pessoa fosse considerada culpada, e ela tinha que provar sua inocência. Muitos comerciantes acusam outros para se livrar da concorrência. Assim também fazia uma pessoa quando tinha algum problema com a outra. O medo era tão grande que as pessoas acusavam outras somente para não serem acusadas primeiro. Foram criados vários instrumentos de tortura para que os "hereges" confessassem.
 
A Igreja que antes mostrava sua autoridade através da religião fazia agora através da força. Foi criado o Tribunal do Santo Ofício para cuidar da inquisição. Esse órgão da Igreja Católica mudou de nome através dos anos, já se chamou Sacra Congregação da Inquisição Universal, Sacra Congregação da Romana e Universal Inquisição, e hoje se chama Congregação para a Doutrina da Fé. Até o ano de 2005 o responsável por esse órgão era o cardeal Joseph Alois Ratzinger, hoje o Papa Bento XI. Apesar de o órgão existir atualmente, o domínio da Igreja Católica acabou enfraquecendo no decorrer do tempo.
 
No ano de 1798 durante a Revolução Francesa, o general de Napoleão, Louis Alexandre Berthier prende o Papa Pio VI e o leva cativo para a França, onde ele morre. Com a queda da monarquia na Revolução Francesa, automaticamente o poder da Igreja também se restringiu, pois ela já não podia contar mais com esse apoio. Os seus bens também foram confiscados.
Terminava assim o domínio da Igreja Católica.
Fonte: http://airtonbc.wordpress.com/2010/11/29/o-dominio-da-igreja-na-idade-media/
 
 

 

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