sexta-feira, 14 de junho de 2013

Cidadania na Idade Média

Com a decadência do Império Romano, e adentrando a Idade Média, ocorrem profundas alterações nas estruturas sociais. O período medieval é marcado pela sociedade caracteristicamente estamental.

A sociedade estamental era dividida em estamentos, ou grupos sociais, geralmente quando se fala desse tipo de sociedade temos que lembrar que nela não havia oportunidade de mudança de nível social, as classes sociais eram dispostas de acordo com o critério de nascimento. Era quase impossível mudar de classe, a não ser que se comprasse um título, mas era muito difícil. Na sociedade estamentada, os privilégios da elite eram incontestáveis, pois eles se baseavam em mecanismos de legitimação elaborados de acordo com interesses implícitos, que procuravam apoio na manipulação de crenças de influência profunda no cotidiano das grandes massas.

No sistema feudal, durante a Idade Média, ocorreu a estruturação da sociedade estamental clássica, uma vez que, basicamente, era dividida em três níveis: clero, nobres e servos. O clero trabalhava no sentido de legitimar sua posição, e no apoio à nobreza, quando pregava que as classes sociais tinham sido organizadas por Deus, ou seja: se o senhor era senhor, é porque Deus assim havia estabelecido, uma vez que o fez nascer numa família nobre, assim como o servo, que era servo por vontade de Deus, já que nasceu numa família de servos, por vontade Dele.

Negar ou revoltar-se contra esse dogma era pecar contra Deus. Só restava a conformação e o trabalho, ou seja, rezar e trabalhar.

A Igreja cristã passou a constituir-se na instituição básica do processo de transição para o tempo medieval. As relações cidadão-Estado, antes reguladas pelo Império, passam a controlar-se pelos ditames da Igreja cristã. A doutrina cristã, ao alegar a liberdade e igualdade de todos os homens e a unidade familiar, provocou transformações radicais nas concepções de direito e de estado.

O desmoronamento das instituições políticas romanas e o fortalecimento do cristianismo ensejaram uma reestruturação social que foi dar-se no feudalismo, cujas peculiaridades diferiam consoante seus aspectos regionais. O feudalismo, considerado "idade das trevas", configura-se pela forma piramidal caracterizada por específicas relações de dependência pessoal (vassalagem), abrangendo em sua cúpula rei e suserano e, em sua base, essencialmente, o campesinato.

» O suserano – protegia o vassalo de forma militar e jurídica. Tinha o direito de se apossar do feudo caso o vassalo morresse sem herdeiros. Podia também impedir o casamento do vassalo com uma pessoa que lhe fosse infiel.

» O vassalo - devia prestar ao suserano serviço militar, libertá-lo caso fosse aprisionado por inimigos e etc. Mas o vassalo não era um servo. A relação vassalo-suserano era um pacto militar.

Essa relação de dependência pessoal de obrigações mútuas originava-se de ato sacramental e solene e que apresentava duas vertentes: o vassalo, em troca de proteção e segurança, inclusive econômica, oferecia fidelidade, trabalho e auxílio ao suserano, que, reciprocamente, investia o vassalo no benefício, elemento real e econômico dessa relação feudal.

Na época medieval, em razão dessa índole hierarquizada das estruturas em classes sociais, dilui-se o princípio da cidadania. O relacionamento entre senhores e vassalos dificultava bastante a definição desse conceito. O homem medieval, ou era vassalo, ou servo, ou suserano; jamais foi cidadão. Os princípios de cidadania e de nacionalidade dos gregos e romanos estariam "suspensos" e seriam retomados com a formação dos Estados modernos, a partir de meados do século XVII.


Fonte:http://rosevcba.blogspot.com.br/2010/04/cidadania.html


 

Nenhum comentário:

Postar um comentário